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Catorze meses.

A ansiedade mata. É tão simples. Morrer aos bocadinhos, lágrima atrás de lágrima. Tenho que tomar mais um valdespert. Funcionou bem, aquela vez que. É mais um medo. Mais uma carência. Mais uma frase com reticência e respirar mata. A ansiedade mata. Mais um cigarro. Mais um cinzeiro cheiro. Mais um peso no peito - já não chega o peso na alma? É a insegurança de estar a fazer tudo errado, de novo. É a insegurança de não mandar uma para a caixa. Se não é o trabalho, é a família. Se não é a família nem o trabalho, é o namorado. Se não é a família, nem o trabalho, nem o namorado, são os amigos. E aos poucos, a ansiedade mata. São quase 14 meses de não ter rumo. De negar. Negar. Negar. Não tenho. Não é nada. Já passou. É só mais uma crise. São só mais 20 minutos de dormência muscular. Um sorriso. E já passa. E não passa. E não passou. E a ansiedade mata. É mais um dia à procura de uma saída que não existe. É mais um dia a pisar uma tampa que teima em saltar. Parece água a ferver. T

It's not Friday but would you mind if I write you my thank you note?

Dear Jimmy Fallon, It's somewhat knowing I'll be made fun of but it's from the heart that this is written. Let's get past the whole madness of crushing on celebrities when this is about so much more than that. This is about a heartfelt thank you . Thank you for getting me through countless sleepless nights. Especially that one. It's been two months since my dad passed away. I guess it's easier to vomit feelings and facts in a different language than the one he and I shared. It's been two months since I got home to find him inanimate on the couch, probably gone for an hour before we found him. It's been two months since my knees hurt from being kneeled on the ground trying to get him back to life. It's been two months since my hands hurt from being in the same position so long: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10. And repeat. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.  And repeat. I guess I don't remember everything. I guess part

Feliz dia do Pai.

O dia 19 de Março nunca foi o teu dia. Não realmente. Era comum estar contigo, dar-te um beijinho no dia 19 mas na realidade era desprovido de tudo aquilo que os teus dias realmente tinham. O teu dia era o dia em que me ligavas, segunda-feira, ou terça-feira, e falavas comigo como se eu tivesse dez anos, e as «fofices» todas faziam-me revirar os olhos e rir-me ao mesmo tempo. O teu dia era o domingo em que ias à pesca com o teu amigo e chegavas a casa, calmo e sereno, como se tivesses tido a melhor actividade de sempre. O teu dia era dia em que eu chegava à sexta-feira de Lisboa e tinha direito ao mimo das maçãs descascadas, ou das fatias de queijo que não me deixavas cortar, ou da manga que tinhas que descascar. O teu dia era o dia em que preparavas um almoço com os amigos com o maior dos cuidados e ralhavas com a comida, que nunca estava bem mas toda a gente elogiava. O teu dia era o 10 de Agosto, que mesmo sem pedires muito, fazias questão de ter os teus amigos e o teu irmão e

São as pequenas coisas, sabes.

O dia-a-dia parece normal. É feito de céu azul e raios de sol. Sorrisos, gargalhadas, mais um copo, mais um café, menos um prego. As mãos que me seguram o coração são de algodão doce e os colchões que me amparam a queda têm penas que não deixam caír. Às vezes, precisava de caír. São as pequenas coisas, sabes. É a história que partilho com aquele(a) desconhecido(a), que não consigo partilhar com mais ninguém. Parece terapia. É a música que ouço no meio de tantas outras, mas porque é «As velhas dos Açores» e me lembro que nunca mais vou ouvir o tom desafinado, à culpa de um copinho a mais, ao lado do tom dela, mas que encaixava tão bem. É a ginja que prometeste fazer este Verão, não consegues ver que já não há mais? É o carro que tem problemas que mais ninguém sabe resolver. É o telefonema aleatório, só porque me apetecia, porque hoje é quarta-feira e já não falo contigo há dois dias. É lembrar-me que a última vez que me lembro de ouvir a tua voz, estava a ouvir os D.A.M.A.. A

E assim escapo-me.

Escapam-me as palavras por entre lágrimas não escorridas. Escapam-me e eu não sei agarrá-las de novo, fazê-las fazer sentido. A cabeça não descansa e o corpo só dorme de exaustão. Escapam-me as horas de sono. O dia-a-dia é fácil. É desprovido do vazio que teima em não chegar e eu espero (e desespero). Escapa-me a noção do tempo. Existem vinte e quatro horas num dia. E depois? Depois escapa-me o futuro. Escapa-me a estabilidade das mãos em dias mais fracos. E escapam e escorrem lágrimas das quais não vejo o fim. Prometi a mim mesma que ía escrever, que precisava de escrever mas escapa-me também a sensação de alívio. O hábito de sentir alívio enquanto escrevo o que sinto e o que hei-de sentir escapa-me também. Há pouco que não me escape. Há pouco que eu tenha pouca vontade de não deixar escapar. Perco-me em músicas e em dias bonitos. Perco-me em copos de vinho com os amigos que no dia seguinte deixam um vazio, porque já passou, porque me escapou mais uma vez e olá vida rea